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04/04/2011

Protesto: bancários denunciam plano de demissão em massa

 

As entidades sindicais não aceitam demissões em massa, irão aumentar a mobilização e denunciar à Justiça, ao governo federal e a órgãos internacionais o plano injustificável que o Santander quer instalar no Brasil. Esse foi o recado dado ao banco espanhol no protesto realizado nesta sexta-feira 1º de abril em frente ao prédio administrativo conhecido como Torre do Santander. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e contou com apoio da Afubesp e da Fetec.

 

Diversas denúncias foram encaminhadas por funcionários do Santander sobre um plano de milhares de cortes que seria colocado em prática já a partir desta sexta-feira, dia 1º. As informações apontam que a maioria das demissões deve ocorrer na capital paulista. Em todo o país, são mais de 52 mil trabalhadores no Santander, dos quais 18 mil estão na base do Sindicato.


A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, criticou a postura do banco e exigiu que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros. Ela informou que a representação dos trabalhadores irá acionar o banco espanhol na Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) por desrespeito às diretrizes para empresas multinacionais, que deixa claro, entre outras normas, que necessariamente, em caso de demissões em massa, devem negociar com o Sindicato antes de qualquer decisão.

"Vamos buscar todos os meios possíveis para barrar esse processo injustificável. É inadmissível que o banco espanhol venha ao Brasil, sucursal que alcançou o maior lucro do grupo no mundo e promova demissões, ainda mais nessa conjuntura de caos das agências. Faltam funcionários para atender os clientes submetidos ao processo de integração mais desastroso da história", ressaltou Juvandia. Em nenhum momento a entidade foi procurada pelo banco para falar sobre o assunto.

Somente em 2010, o Santander registrou no Brasil a bagatela de R$ 7,4 bilhões de lucro, valor nada menos do que 34% superior ao resultado de 2009. Com esses números, o mercado brasileiro ultrapassou até mesmo o espanhol e se tornou o mais lucrativo do banco no mundo, com 25% do total. A Espanha representa, hoje, 15%.

A diretora-executiva do Sindicato e funcionária do Santander Rita Berlofa chamou atenção para a incoerência do banco, que anunciou a compra de mais uma instituição financeira, desta vez na Polônia, ao mesmo tempo em que planeja instaurar um plano de demissão em massa no Brasil. "Essa aquisição é mais uma prova de que o Santander está em excelente situação, lucrando alto, comprando bancos e não tem nenhum motivo, nenhuma justificativa de colocar o plano de demissões em prática", disse. "Pelo contrário. O banco tem de contratar mais trabalhadores, investir em treinamento, dar suporte aos bancários que estão sem estrutura para atender aos clientes do Santander Real que vivem o caos da integração", destacou.

Vera Marchioni, também bancária do Santander e diretora-executiva do Sindicato, engrossou o coro de repúdio. "Não há nada que justifique um processo de demissão em massa, principalmente em um banco que registra lucros tão elevados e que está em expansão com a compra de outros bancos", afirmou.

A secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, lembrou que na Espanha, hoje em plena crise econômica, não houve demissões. O presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, completou dizendo que os bancários brasileiros merecem o mesmo tratamento, respeito aos empregos. Ele lembrou ainda que o Santander está entre os bancos que mais se utilizam de práticas antissindicais no Brasil e em outros países para tentar conter as manifestações dos trabalhadores. Apesar da manifestação pacífica, mais uma vez o banco chamou a polícia.

Fonte: Afubesp com Seeb SP / por Assessoria de Imprensa 04/04/2011

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