NOTÍCIAS13/11/2023 Fórum: outro sistema financeiro, que pense na coletividade, é possível A segunda mesa do VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, que aconteceu na tarde desta sexta-feira (10), no SindBancários Porto Alegre e Região, debateu a participação de negros e negras no mercado de trabalho e as políticas de combate ao racismo, com a mediação do diretor do SindBancários Guaracy Gonçalves e da dirigente da Fetrafi-NE Sandra Trajano. O evento é organizado pela Secretaria de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). No sábado (11), a transmissão em tempo real pode ser vista neste link do YouTube. Para Bruna, a flexibilização do trabalho promovida pela Reforma Trabalhista de 2017 “prometeu um sonho, do aumento da capacidade de trabalho, do salário maior com jornada melhor”, e nada disso aconteceu. “O sistema financeiro não para, gira 24 horas. A nossa jornada de trabalho aumentou, o nosso tempo de vida fora do trabalho diminuiu drasticamente e as nossas relações de trabalho foram precarizadas de uma forma absurda”, pontuou a parlamentar, que estuda Administração Pública e Social na UFRGS. Dados confirmam racismoTudo o que foi pontuado pela deputada se reflete nos dados apresentados por Vivian Machado, técnica da subseção do Dieese na Contraf-CUT. Sua palestra antecipou pontos do relatório sobre os negros e negras no mercado de trabalho que será lançado no dia 20 de novembro pelo Dieese. Na categoria bancária, as negras e os negros autodeclarados somam apenas 110 mil trabalhadores, e destes, 11,4% são mulheres. Essa parte da população é também a que recebe os menores salários, evidenciando ainda mais a desigualdade. Enquanto a média salarial das mulheres da categoria em 2021 era de R$ 8.812,11, a das mulheres pretas era de R$ 7.023,55 – em média 40,6% inferior à remuneração do bancário branco do sexo masculino. Nos cargos de liderança, o recorte de raça e gênero mostra uma realidade ainda mais absurda: brancos representavam, em 2021, 75,5% dos cargos, contra 20,3% da população preta e parda nessas posições. As mulheres pretas e pardas são apenas 8,8% desse universo. Na educaçãoProfessor da Universidade Federal Fluminense e doutor em Ciências Sociais, André Brandão, finalizou as participações da mesa e falou sobre as desigualdades educacionais no ensino superior e as políticas afirmativas de cotas. “Houve um conjunto de articulações no período dos governos populares que proporcionou a incorporação de negros no ensino superior”, lembrou, “Mas isso obviamente não equacionou as ocupações dentro da universidade, ainda temos no Brasil uma universidade majoritariamente branca, porém com um aumento consistente de pretos e pardos”. Segundo o professor, houve um “gap” entre 2020 e 2022, com um retrocesso nas matrículas de pretos e pardos. “Mas a gente espera que haja uma retomada neste governo”, completou. |
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