NOTÍCIAS18/11/2022 Sociedade livre requer o fim da discriminação racial Em novembro, as forças progressistas da sociedade brasileira voltam sua atenção e suas ações para denunciar a discriminação racial no país, bem como para promover o seu combate. Dia 20 é dedicado à Consciência Negra. “O enfrentamento ao racismo é uma luta ampla que busca não apenas justiça para a enorme parcela de afrodescendentes da população brasileira, mas também a construção de uma sociedade fraterna e igualitária, que garanta direitos fundamentais a todas as pessoas”, resume o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar. Traço nacional infelizO descaso social, a desigualdade e o desrespeito aos direitos humanos aos afrodescendentes remontam ao descobrimento e não se limitam a uma página infeliz, como costuma se dizer, mas acompanham toda a história do Brasil. Conforme a plataforma digital The Trans-Atlantic Slave Trade Database, uma ação colaborativa internacional que disponibiliza informações de pelo menos 35 mil viagens de tráfico humano do continente africano, entre 1520 e 1866, estima-se que das 12,5 milhões de pessoas sequestradas em sua terra natal e trazidas para as Américas, 5,8 milhões foram escravizadas no Brasil. Resistência históricaAqui mentes progressistas, como José do Patrocínio, Luís Gama e André Rebouças, entre outros militantes abolicionistas, exigiam o fim daquele regime de exceção por respeito humano e social. O tema também sensibilizou escritores, como Castro Alves, Machado de Assis e Olavo Bilac, que o registraram em sua arte. A pressão que vinha de fora queria a transformação da mão de obra escrava em assalariada, com a ampliação do mercado capaz de consumir a produção multiplicada pela Revolução Industrial. Ou seja, além da aberração nas condições humanas e sociais, o Brasil vivia deslocamento no cenário político de então. Lei para inglês verA Lei Áurea formalizou legalmente o fim da escravidão, mas a opressão permaneceu. Um século depois, em 1988, enquanto a República celebrava de modo ufanista o centenário da abolição, os movimentos negros, liderados pelo Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN), organizavam a Marcha Contra a Farsa da Abolição. O protesto mobilizou, no dia 11 de maio, milhares de pessoas no Rio de Janeiro, que foram intimidadas pelo Exército, que obrigou que o trajeto da manifestação fosse alterado, para não passar em frente ao panteão onde se encontram os restos mortais de Duque de Caxias. O racismo em númerosDesde aquele momento, quando a redemocratização estava começando, até hoje, essa luta tem avançado e enfrentado grandes obstáculos, como mostra o secretário Almir Aguiar, em artigo publicado recentemente. A discriminação e as desigualdades sociais continuam a oprimir a população afrodescendente praticamente com a mesma força no Brasil. Conforme o relatório Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil, publicado no último dia 11 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as desigualdades sociais que fustigam a população negra no Brasil “seguem evidentes”. Fonte: CONTRAF |
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