A atual gestão do governo federal cortou mais de 90% da verba para o enfrentamento da violência contra a mulher durante o seu mandato. O dinheiro é usado nas unidades da Casa da Mulher Brasileira e nos centros que prestam serviços de saúde e assistência às vítimas da violência doméstica, além de financiar programas e campanhas de combate a esse crime.
Em 2020, o montante remetido à pasta para proteção das mulheres foi de R$ 100,7 milhões. No ano passado, a verba caiu para R$ 30,6 milhões. Neste ano, sobraram apenas R$ 9,1 milhões para esse fim.
Ligue 180 em risco
A redução dos recursos poderá paralisar o Ligue 180. Esse canal recebe, analisa e encaminha denúncias de violações contra a mulher, além de difundir informações sobre o assunto. O serviço, que funciona 24 horas por dia, precisa de R$ 30 milhões por ano para funcionar. Mas, a proposta do atual governo é repassar só R$ 3 milhões em 2023.
Armas de fogo
O estudo “O papel da arma de fogo na violência contra a mulher”, lançado em 2021 pelo Instituto Sou da Paz, com base em dados do Ministério da Saúde de 2012 a 2019, mostra que a arma de fogo é o principal instrumento empregado nos assassinatos de mulheres no Brasil.
De acordo com o mesmo estudo, entre 2000 e 2019, a violência armada esteve presente em 51% dessas mortes. Isso significa que, dos 4 mil casos de óbitos femininos por agressão registrados em média por ano, a arma de fogo foi o meio empregado em mais de 2 mil deles, segundo a pesquisa. O atual governo trabalhou para facilitar o registro e incentiva o uso de armas de fogo.
Fonte: CONTRAF