‘Boa parte do Brasil reivindica a substituição dos que estão aí’, afirma Gilberto Gil

São Paulo – Ao se sentar no centro do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de ontem (23), o cantor, compositor, poeta, ex-ministro da Cultura do governo Lula e membro da Academia Brasileira de Letras Gilberto Gil defendeu a democracia e disse que é preciso resistir à “fúria destruidora da cultura” que impera no atual governo. “Evidentemente que nós ficamos muito consternados, a gente não imaginava esse destroçamento, que essa fúria destruidora fosse prevalecer no mundo das artes. Essas instituições culturais fortalecidas em vários governos, no governo central, nos governos estaduais, municipais. Enfim, todos os processos, projetos de fomento que foram completamente abandonados e destruídos agora”. E Gil complementa: “A gente fica consternado, mas consternação é o suficiente? Não. É preciso batalhar”. 

Gil retornou ao programa 23 anos depois de sua última participação. O artista reforçou que o voto é um importante instrumento para manter a possibilidade de renovações no país. “Boa parte do Brasil reivindica a substituição dos que estão aí”, opinou.

Gil lembrou também a importância de insistir nos instrumentos democráticos e de liberdade de expressão – “é a sociedade brasileira tomando responsabilidade do que é dela”.

Na banca dos entrevistadores, a escritora Djamila Ribeiro questionou a entrada do cantor na ABL. Gil explicou que o trabalho ao longo da vida foi uma das principais causas do seu ingresso na Academia neste ano.

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“Sem dúvida alguma, o aspecto mais relevante da minha presença lá, da Academia ter me acolhido e ter me dado uma cadeira é a cultura popular. A oralidade é muito importante e no Brasil ela é uma coisa extraordinária. Há uma mistura dos Yangatus com os Tupis, também com portugueses e franceses, além dos modos africanos. Isso fez com que surgisse uma língua, um modo popular, uma forma de dizer as coisas que é extraordinária”, afirmou.

O cantor ressaltou que a ABL reconhece a importância de ter nomes populares entre seus membros, apesar de ser uma casa de “escritores, literatos, dramaturgos e filósofos”.

Confira o Roda Viva com Gil

Fonte: REDE BRASIL ATUAL