NOTÍCIAS05/05/2022 Bolsonaro veta nova edição da Lei Aldir Blanc de apoio à culturaSão Paulo – O presidente Jair Bolsonaro vetou, integralmente, o Projeto de Lei (PL) 1.518/2021 que cria uma nova edição da chamada Lei Aldir Blanc, de apoio à cultura. A proposta previa uma política nacional permanente para fomento do setor, em que a União deveria repassar, anualmente, durante cinco anos, R$ 3 bilhões a estados e municípios. O PL já havia sido aprovado, por unanimidade, no Senado em março. Em seu veto, publicado na edição desta quinta-feira (5) do Diário Oficial da União (DOU), o presidente alegou que o projeto é “inconstitucional” e “contrário ao interesse público”. O PL, contudo, era baseado na Lei 14.027, conhecida como Lei Aldir Blanc, aprovada em 2020 pelo Congresso, como uma das ações emergenciais para minimizar efeitos econômicos e sociais da pandemia de covid-19 sobre os trabalhadores do setor cultural. A legislação também homenageava um dos mais importantes compositores brasileiros Aldir Blanc, morto naquele mesmo ano, vítima da covid. A publicação do veto de Bolsonaro também marca dois anos de sua morte, completados nessa quarta-feira, 4 de maio. Segundo veto à culturaA cultura foi um dos setores mais afetados pela crise sanitária, tendo imediatamente suspensas suas atividades por conta das medidas necessárias de restrição social. Segundo o projeto, vetado pelo presidente, 80% dos recursos deveriam ser destinados a editais, chamadas públicas, cursos e atividades que pudessem ser transmitidas pela internet, além de manutenção de espaços culturais. Outros 20% deveriam ir para programas que visassem à democratização do acesso à cultura, com produções nas periferias, áreas rurais e regiões dos chamados povos tradicionais. Uma nova lei deveria ser aprovada por conta do vencimento do primeiro auxilio e sua desvinculação em relação ao orçamento para ações emergenciais ligadas à pandemia. Na edição anterior da Lei Aldir Blanc, estados e municípios ficaram obrigados a devolverem ao governo federal os recursos não utilizados do programa. E deveriam ainda prestar conta de como o dinheiro foi aplicado por cada ente. Em abril, Bolsonaro já havia vetado integralmente outro PL de apoio ao setor cultural, conhecido como Lei Paulo Gustavo. A proposta previa o repasse de R$ 3,8 bilhões para o enfrentamentos dos efeitos da pandemia sobre as atividades culturais. E era também uma homenagem ao ator e comediante Paulo Gustavo, que morreu também em 4 de maio do ano passado, vítima da covid-19. À época, entre as alegações fiscais para justificar a decisão, o presidente citava que o setor cultural já havia sido contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc, cuja nova edição foi vetada hoje. Derrubada no CongressoO veto de Bolsonaro pode, no entanto, ser analisado pelo Congresso Nacional, em data a ser marcada. Deputados e senadores têm a prerrogativa de confirmar ou derrubar a decisão presidencial. Pelo Twitter, o deputado federal Bohn Gass (PT-RS) antecipou sua posição pela derrubada do veto. “Esse desgoverno tem horror à cultura. E a quem produz cultura”, criticou. O também deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) ressaltou que “o recurso seria destinado a atividades culturais que foram duramente afetadas durante a pandemia”. E contestou também a decisão de Bolsonaro. “É falta de dinheiro? Coisa nenhuma. Os mais de 16 bilhões do Centrão, nas emendas de relator, ele vetou? Nem 1 real!”. Uma das autoras do projeto, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou que a Lei Aldir Blanc foi vetada “por um único motivo: ela liberta e empodera quem faz e quem usufrui da nossa riqueza cultural. Isso essa gente que ocupa o poder não tolera”, escreveu. Fonte: REDE BRASIL ATUAL |
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