NOTÍCIAS15/12/2020 Ministério da Saúde tem contas de 2019 reprovadas pelo conselho nacionalO Ministério da Saúde teve as contas de 2019 reprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), instância do controle social que tem entre as atribuições monitorar e fiscalizar o Relatório Anual de Gestão (RAG). Para o colegiado formado por representantes de todos os setores da sociedade e subordinado à própria pasta, a pasta, sob o governo de Jair Bolsonaro, tem de adotar medidas para aprimorar a sua gestão financeira. De acordo com o parecer da Comissão de Orçamento e Financiamento do CNS (Cofin), apresentado nesta sexta-feira (11) em reunião virtual extraordinária pelo economista e consultor da comissão, Francisco Fúncia, o Ministério ultrapassou o piso constitucional sem demonstrar ou comprovar a alocação dos recursos. O então ministro Luiz Henrique Mandetta, que assumiu a pasta quando o governo de Jair Bolslonaro tomou posse, empenhou o montante de R$ 122,27 bilhões, enquanto o valor do piso foi de R$ 117,29 bilhões. E reduziu os valores empenhados para ações e serviços públicos de saúde – o que foi feito também em 2018, no governo de Michel Temer (MDB) e que precisa ser revisto pela gestão. Sem comprovaçãoO parecer também aponta a falta de critérios para a escolha das despesas não executadas ou executadas parcialmente. Outro ponto é a falta de demonstração e comprovação, pelo ministério, da alocação de recursos necessários para promover a mudança do modelo de financiamento para a atenção básica. Isso contraria deliberações CNS, especialmente nas diretrizes para o estabelecimento de prioridades para 2019. O relatório pede explicações ao Ministério sobre as razões de não ter alocado os recursos suficientes para implementação da mudança de modelo proposto pelo Conselho. Além disso, o ministério não seguiu critérios pactuados na Comissão Intergestora Tripartite (CIT), que une gestores de saúde das três esferas de governo, para transferir os valores fundo a fundo para estados, Distrito Federal e municípios . E nem os encaminhou para aprovação do CNS, que identificou disparidades entre os valores das transferências per capita para os municípios e para os estados. De acordo com a análise do relatório, “é preciso que os gestores pactuem na CIT os critérios para transferências de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde e encaminhem para deliberação do CNS, de modo a formalizar medidas tomadas anteriormente”. O relatório também apontou a inexistência de dotação orçamentária específica para compensação integral dos chamados restos a pagar (dinheiro empenhado, mas não aplicado de anos anteriores), cancelados a partir de 2012. E identificou ainda pendência de compensação de restos a pagar cancelados desde 2000, que fizeram parte do cálculo da aplicação em ações de atenção primária, procedimento que se repete anualmente e que precisa ser revisto. Fonte: REDE BRASIL ATUAL |
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