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20/03/2020

Menos metas, mais saúde!

13031 Não bastassem os adoecimentos em série de bancários no dia a dia causados por metas abusivas e pressões por resultados, os bancos agora, em tempos de pandemia do coronavírus, resolveram atentar de uma outra maneira contra a saúde dos seus trabalhadores. Alguns gestores simplesmente ignoraram as recomendações das autoridades sanitárias e orientações da direção do próprio banco e têm pressionado, irresponsavelmente, seus subordinados a visitarem clientes, o que atenta, inclusive, contra a saúde pública.

Não contentes com os lucros recordes em 2019 (juntos, os cinco maiores bancos do país lucraram mais de R$ 108 bilhões no ano passado), os bancos também estenderam a pressão e as práticas de assédio moral corriqueiras para trabalhadores que estão em home office justamente para preservar sua saúde e de seus colegas, amigos e familiares. Na reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban para tratar da pandemia de coronavírus, as orientações aconteceram no sentido de evitar visitas comerciais e privilegiar, se possível, o trabalho em casa.

“Os clientes, neste momento tão grave, não querem receber visitas. E, diante desse estresse e preocupação, ninguém está procurando pelos produtos bancários, mas está, sim, cuidando da sua saúde e a dos seus. É um absurdo a que ponto chegaram os bancos, que continuam com essa prática de cobranças abusivas por metas e resultados mesmo diante de um cenário de pandemia do coronavírus. Além de estender a prática para trabalhadores que estão em home office, agora pressiona por visitas comerciais a clientes", enfatiza Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Ivone lembra que as metas abusivas, foco da gestão nos bancos, são extremamente prejudiciais à saúde física e psíquica dos bancários e têm causado uma série de afastamentos do trabalho. “Muitas vezes, o bancário é obrigado pelo gestor a empurrar produtos desnecessários ou que não são do interesse do cliente para bater a meta. E, neste momento, a venda de produtos não é serviço essencial”, salienta.

“Se o trabalhador já adoece normalmente, o que acontecerá em um cenário de pandemia, com pressões irresponsáveis por metas e exposições desnecessárias somente para alimentar o apetite voraz dos bancos por lucros?”, questiona a presidenta do Sindicato.

Fonte: SEEB SP

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