NOTÍCIAS05/02/2020 Governo Bolsonaro usa perfil oficial da Secom para atacar Petra CostaA Secretaria de Comunicação da Presidência, por meio do seu perfil oficial no Twitter, publicou uma postagem atacando a cineasta Petra Costa, diretora do documentário Democracia em Vertigem. Na mensagem, ela é chamada de “militante anti-Brasil”. O tuíte traz um vídeo com um trecho de uma entrevista concedida por Petra ao programa “Amanpour & Company”, da PBS, emissora pública dos Estados Unidos. Durante a exibição da peça, aparecem diversas mensagens apontando como “fake news” trechos da fala da diretora. As reações à postagem não tardaram. “O uso do perfil oficial da Secom para atacar a cineasta deveria ser alvo de investigação do Ministério Público. O governo não pode usar a máquina pública desse modo. Por óbvio quebra o princípio da impessoalidade. Ora, o governo pessoalizou”, aponta o professor titular da Unisinos/RS Lenio Luiz Streck em seu perfil no Twitter. “Pessoalizou ao abrir guerra contra uma pessoa que, paradoxalmente, representa o Brasil no Oscar. O governo não só torce contra a cineasta, como usa da máquina da Secom para desacreditá-la. Caberia uma intervenção do Ministério público por desvio de função da Secom”, diz Streck. Quem também alertou para a ilegalidade da ação da Secom foi o professor titular de Direito da USP Conrado Hubner. “Qualquer órgão de governo tem prerrogativa legítima de esclarecer fatos que lhe digam respeito. O vídeo não tem nada a ver com isso. É ato grotesco de improbidade administrativa. Curioso que venha de órgão chefiado por alguém cuja empresa lucra com as escolhas do órgão”, pontua, fazendo referência ao fato do titular da pasta Fabio Wajngarten ser sócio-proprietário de uma empresa que tem entre seus clientes empresas de comunicação que recebem verbas da Secom. ‘Não há em nosso país ninguém mais anti-Brasil do que Bolsonaro’
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