O banco Santander entrou em contato com a representação dos trabalhadores na sexta-feira (7) e comunicou o encerramento antecipado do projeto de “orientação financeira”, com bancários trabalhando “voluntariamente” aos sábados. Na quinta-feira (6), o projeto já havia sido descontinuado em nove das 29 agências com atendimento programado. A proposta inicial era encerrar o projeto no dia 29 de junho.
Sábado (8) foi o sexto dia para o qual os bancários foram escalados para trabalhar “voluntariamente” para seu empregador. Mas, novamente, diante dos protestos realizados pelos sindicatos na frente das agências, os “ voluntários” foram dispensados na maior parte das agências. Em São Paulo, por exemplo, o banco não abriu as agências de rua, mas tentou abrir duas agências em shoppings. A dispensa ocorreu após a ação do sindicato local.
Em Jundiaí (SP), os “voluntários” sequer foram para a agência. A 1ª Vara do Trabalho concedeu liminar na Ação Civil Pública, impetrada pelo Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, impedindo que o banco Santander utilizasse mão de obra dos seus empregados, de forma gratuita e na condição de voluntários. Na decisão, a juíza Larissa Carotta Martins da Silva Scarabelim, observou que “se o labor é prestado pelos empregados, há que se concluir que decorre diretamente da relação de emprego. Assim, é absolutamente ilegal a utilização de tal mão de obra de forma gratuita.”
“Nos seis sábados as agências ficaram às moscas. Mas, nós mostramos as contradições da ação do banco, que se propunha a dar ‘orientação financeira’, mas cobra altas taxas e tarifas dos brasileiros”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia, que é funcionário do banco.
Nas atividades, os dirigentes também esclareceram os “voluntários” sobre os riscos aos quais ficam expostos ao trabalhar “voluntariamente” para seu próprio empregador aos sábados.
Manter a atenção
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani, destacou a importância da luta do movimento sindical. “O encerramento antecipado do projeto é uma grande vitória do movimento sindical, mas precisamos ficar alertas. O banco já nos mostrou que, a qualquer momento, pode aparecer com alguma ‘novidade’ que interfira no cotidiano de trabalho dos bancários, sem sequer nos comunicar”, disse.
O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos bancários do Santander, estabelece em sua cláusula 35, que as demandas do banco e dos empregados inerentes à relação de trabalho, devem ser tratadas no Comitê de Relações Sindicais.
Fonte: Contraf-CUT