NOTÍCIAS18/03/2019 Bancos privados discriminam mulheres com mais de 40 anosUma pesquisa realizada pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sociais (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) aponta que a participação das mulheres no quadro funcional dos bancos privados reduz 7,8 pontos percentuais após os 40 anos de idade. Até os 39 anos elas ocupam 56,4% dos postos de trabalho. Após completar 40 anos esse percentual cai para 48,6%. O levantamento foi feito com base nas informações da Relação Anual de Informações Sociais 2017 (Rais). Igualdade de oportunidades Para a socióloga do Dieese, os dados revelam que não se pode falar em uma mudança de rota efetiva na gestão dos bancos. “Hoje mulheres são excluídas dos cargos de comando, o que dificulta a incorporação de práticas não discriminatórias por parte de dirigentes, gestores intermediários e supervisores”, disse, lembrando que muitas mulheres deixam de trabalhar nos bancos porque ficam estagnadas em suas carreiras, mesmo tendo, na média, melhor formação e resultados do que os homens. Questão salarial A Pesquisa Mensal do Emprego Bancário, também realizada pelo Dieese, mostra que as Bancárias recebem apenas 82,8% do valor pago aos bancários. Os dados apontam que as 1.089 mulheres admitidas nos bancos em janeiro de 2019 receberam, em média, um valor corresponde a 82,8% da remuneração média auferida pelos 1.359 homens contratados no período. As informações levam em conta os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do IBGE. Rais O levantamento das informações salariais do setor bancários pela Rais 2017 também apresenta diferença na remuneração entre homens e mulheres. Em 2012 essa diferença era de 24%. Em 2017 caiu para 22,3%. “É verdade que há uma pequena redução da diferença entre os salários pagos aos homens e às mulheres, mas a continuar neste ritmo, vai levar 66 anos para acabar com a diferença”, disse a presidenta da Contraf-CUT. No mercado de trabalho em geral, mantido o atual ritmo de redução, levará 42 anos para que o salário das mulheres se iguale ao dos homens.
Fonte: CONTRAF |
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