NOTÍCIAS18/12/2018 Mudanças geram problemas no SantanderA Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu na quinta-feira (13) com representantes do banco Santander para tratar sobre os aumentos abusivos nos planos de saúde; unificação nos cargos da área operacional; o sistema que determina rotas de deslocamento para o local de trabalho; e os novos modelos de agência que estão sendo implantados. Veja abaixo como foi o debate sobre cada um dos temas: Aumentos no plano de saúde O problema surgiu após a alteração da operadora do plano de saúde dos bancários, ocorrida em fevereiro de 2017. A mudança resultou em aumentos nos valores das mensalidades, implantação de cobrança por faixa etária para os admitidos a partir de então, aumentou abusivamente a coparticipação e estendeu a cobrança para todos os procedimentos, inclusive de urgência em hospital. Nesses quase dois anos, os gastos dos trabalhadores com o plano de saúde subiram em cerca de 40%, sem que os trabalhadores e seus representantes tenham acesso a informações que levaram a essa majoração. No mesmo período, os bancários tiveram reajuste de cerca de 8% no salário. “O poder de compra dos bancários foi drasticamente reduzido por conta desses aumentos abusivos e da cobrança de coparticipação em todos os procedimentos médicos. Isso tem levado muitos trabalhadores a evitarem tratamentos, exames e consultas, ou os empurraram para o SUS”, denunciou Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE). Os trabalhadores cobraram a revisão da cobrança da coparticipação por meio da instituição de um teto mensal; a implantação de uma forma diferenciada e menos onerosa de cobrança para os trabalhadores com doenças crônicas; transparência nos reajustes por meio da apresentação detalhada, aos trabalhadores e seus representantes, dos cálculos atuariais que resultarão nos aumentos, antes de aplicá-los aos bancários; negociação com os representantes dos trabalhadores sempre que houver aumentos. Fusão de cargos na rede de agências Os cargos envolvidos serão os de caixas, agente comercial, coordenador de agência, gerente Pessoa Física e assessor Pessoa Física. Os trabalhadores que ocupam essas funções passarão a se chamar gerentes de negócios e serviços. Os representantes do banco disseram que não haverá terceirização de funcionários, e haverá jornadas de oito e seis horas. A justificativa para essa mudança é que o modelo atual de agência vai acabar. A fim de justificar a mudança, citaram outros setores, como farmácias e companhias aéreas, nos quais os funcionários exercem várias funções. E que essas alterações serão feitas para dar “dinamismo” ao atendimento. “O que impede o ‘dinamismo’ e prejudica o atendimento é a enorme falta de funcionários nas agências, temos denunciado isso todos os dias. O que resulta em sobrecarga de trabalho, adoecimentos e precarização do atendimento”, afirmou Maria Rosani. A COE quis saber se essa mudança resultará em desvio de função. Os representantes do banco disseram que nada está definido. “Nós não tivemos todas as informações sobre esse projeto. O próprio banco assumiu que tem dificuldades de implantá-lo em sua totalidade. Mas tudo indica que haverá desvio e acúmulo de funções”, reforçou Maria Rosani. Para ela, o banco vai vender essa mudança como uma oportunidade de encarreiramento semelhante ao que fez com o cargo de agente comercial, que na prática resultou apenas no acúmulo de função e na precarização do trabalho. “Poucos agentes comerciais se tornaram gerentes. A maioria continua com essa dupla função: como agente comercial, trabalhando no caixa e no atendimento comercial. O banco demite e com isso desestrutura e precariza o atendimento nas agências e joga toda a culpa pela insatisfação dos clientes nas costas dos trabalhadores. Para melhorar o atendimento precisamos de mais braços nas agências, melhores condições de trabalho, treinamento e respeito aos bancários. Sem isso, a nova função só trará mais adoecimentos”, alertou Rosani. “O banco cobra tarifas altíssimas, tem lucros astronômicos e pode contratar mais funcionários para melhorar o atendimento e não só penalizar e punir os funcionários como vem fazendo sistematicamente. E com essa mudança, isso se acentuará, pois todos os bancários terão de fazer tudo, a exemplo dos gerentes digitais, que agora demoram mais para atender os clientes de forma integral, mas são pontuados negativamente por isso e assediados para que façam mais negócios”, afirma Lucimara Malaquias, vice-presidenta da UNI Américas Juventude, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do Santander. Mudança de itinerário Na reunião de quinta-feira, o banco apresentou o programa, com algumas mudanças. O trabalhador poderá rejeitar até três rotas determinadas pelo sistema. Na terceira rejeição, o setor de RH, então, deverá atuar de acordo com a necessidade do trabalhador. Enquanto a nova rota não for aprovada, o trabalhador receberá o mesmo valor no vale-transporte. Segundo os integrantes do banco, os bancários não deverão andar mais de 750 metros. E as pessoas com deficiência não poderão caminhar mais de 500 metros. Os representantes do banco também garantiram que os bancários não serão proibidos de utilizar dois modais distintos, como metrô e ônibus, por exemplo. Em caso de problemas, os trabalhadores deverão procurar um representante sindical. Novo modelo de agência Nova reunião foi agendada para o dia 29 de janeiro, quando os representantes do Santander devem trazer respostas para os questionamentos dos representantes dos trabalhadores. Fonte: SPbancarios, com edições da Contraf-CUT |
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