NOTÍCIAS05/02/2018 Reforma da Previdência visa o prejuízo do trabalhadorO Congresso Nacional volta do recesso nesta segunda-feira (5) com a missão dada pelo presidente mais impopular da história de aprovar a qualquer custo a Reforma da Previdência. A pauta é a mesma: prejudicar o trabalhador e beneficiar empresários e banqueiros aprovando às pressas uma reforma que é validada por apenas 14% da população, segundo pesquisa encomenda pelo próprio Palácio do Planalto. A diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, alerta para as falsas premissas e argumentos usados pelo governo para tentar convencer as pessoas que a reforma é positiva. “O governo mistura regimes de previdência diferentes como do funcionalismo público ao do regime geral para justificar um débito que não existe. Além disso, não considera a totalidade das receitas da Seguridade Social (que inclui saúde, assistência social e previdência) e que é superavitária”, explica. O presidente da Fenae, Jair Ferreira, destaca que a rejeição e o menosprezo às leis trabalhistas pelo governo não permitiu uma ampla discussão com a sociedade sobre temas que afetam diretamente a vida das pessoas. “A reforma exigirá que os brasileiros contribuam durante 40 anos para receber 100% do benefício de aposentadoria e estabelecerá uma idade mínima sete anos maior que a média atual. Isso é inaceitável”, destaca. No dia 19 de fevereiro, data prevista para a reforma entrar na pauta da Câmara dos Deputados, todos os trabalhadores brasileiros estão convocados para participar do “Dia Nacional de Luta”, com greves, paralisações, assembleias e atos públicos contra mais esse retrocesso. A palavra de ordem é “Se botar pra votar, o Brasil vai parar”. Aniquilamento dos direitos Se analisarmos por estado, existe uma diferença de 8,4 anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre a maior expectativa de vida, registrada em Santa Catarina, e a menor, no Maranhão. Enquanto a esperança de vida dos catarinenses é 79 anos, para os maranhenses é 70,6 anos. A discrepância é o retrato das diferenças entre as regiões do país. As possibilidades de aposentadoria apenas pelo tempo de contribuição ou pela soma deste com a idade serão extintos. A PEC também altera as regras para as mulheres que passarão a se aposentar apenas três anos antes dos homens, mesmo trabalhando cerca de 7,5 horas a mais por semana devido à dupla jornada de trabalho. A proposta para alteração do tempo de contribuição obrigará os servidores públicos a contribuírem por, no mínimo, 25 anos para se aposentarem - 10 anos a mais que o estabelecido na regra hoje. Isso para receber apenas 70% da sua renda média no período contribuído. Com a aprovação da reforma, o trabalhador receberá 70% da renda média se aposentar com 25 anos de contribuição. O valor percentual aumentará gradualmente até completar os 100%. Em outras palavras, para receber o valor integral do benefício, o empregado terá de contribuir durante 40 anos. Para privar ainda mais os direitos dos trabalhadores, a fórmula de cálculo para pensões por morte será alterada para pior. Poderá haver acúmulo de aposentadoria e pensão, mas só se a soma dos benefícios não chegar a dois salários mínimos. Além disso, o valor a ser recebido pela pensão deixa de ser integral e passa a corresponder a 50%. A proposta do governo Temer só vem consolidar a inadimplência da União, que desvia os recursos devidos ao setor para pagamento dos juros aos bancos. O sistema previdenciário deveria ser tratado como política de Estado e, ao invés de eliminar o conjunto de benefícios da população, deveria se analisar a forma de financiamento. “Não podemos aceitar essa mudança na Constituição Brasileira e que só prejudica o trabalhador. Temos que mobilizar fortemente a sociedade, ir para rua no próximo dia 19, para evitar que o Congresso concretize a reforma sem qualquer diálogo com o empregado e suas entidades”, finaliza Fabiana Matheus. Fonte: Fenae |
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