NOTÍCIAS22/01/2018 Enquanto “desapareceram” direitos e empregos, Brasil ganhou 12 novos bilionáriosO relatório Recompensem o trabalho, não a riqueza, da organização não governamental (ONG) britânica Oxfam, divulgado na segunda-feira 22, revela que o número de bilionários brasileiros saltou de 31 para 43 em 2017. No mesmo período, o patrimônio total dessa parcela ínfima da população cresceu 13%, enquanto os 50% mais pobres tiveram sua fatia da renda nacional reduzida de 2,7% para 2%. A gente não encontrou ainda um caminho para enfrentar essa desigualdade", disse Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Concentração - Cinco bilionários brasileiros concentram o equivalente à metade da população mais pobre do país. "O Brasil chegou a ter 75 bilionários, depois caiu, muito por causa da inflação, e depois, nos últimos três anos, a gente viu uma retomada no aumento do número de bilionários. Esse último aumento – de 12 bilionários – é o segundo maior que já houve na história. E o patrimônio geral também está aumentando", afirmou Rafael Georges, coordenador de campanhas da Oxfam. Um brasileiro que ganha um salário mínimo precisaria trabalhar 19 anos para ganhar o mesmo que recebe em um mês uma pessoa enquadrada entre o 0,1% mais rico. Mundo – O relatório da ONG britânica mostra que a concentração da riqueza é cada vez maior em todo o mundo. De toda a riqueza gerada no mundo no ano passado, 82% ficaram concentrados nas mãos dos que estão na faixa de 1% mais rica, enquanto a metade mais pobre – equivalente a 3,7 bilhões de pessoas – não ficou com nada. O documento destaca ainda que houve um aumento histórico no número de bilionários: um a mais a cada dois dias. Segundo a Oxfam, esse crescimento seria suficiente para acabar não uma, mas sete vezes com a pobreza extrema no planeta. Atualmente existem no mundo 2.043 bilionários. A concentração de riqueza também reflete a desigualdade de gênero: a cada dez bilionários nove são homens. Recomendações – Para diminuir a desigualdade extrema em todo o mundo, a Oxfam recomenda a geração de empregos decentes. "O que o relatório aponta é que está acontecendo um movimento contrário, inclusive com vários países regredindo em proteção trabalhista", diz Rafael Georges. Outra recomendação é que se limite lucros de acionistas e altos executivos, priorizando o pagamento salário digno a todos os trabalhadores. Indica também a eliminação das diferenças salariais por gênero, que no atual ritmo precisariam de 127 anos para serem eliminadas. O relatório pede ainda que os ricos paguem uma "cota justa" de impostos e tributos e que sejam aumentadosos gastos públicos com educação e saúde. "A Oxfam estima que um imposto global de 1,5% sobre a riqueza dos bilionários poderia cobrir os custos de manter todas as crianças na escola."
Fonte: SEEB SP |
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