NOTÍCIAS31/03/2015 Encontro de Mulheres da CUT destaca temas prioritários na luta por igualdadeEntre os dias 27 e 29/04 foi realizado o 8º Encontro Nacional de Mulheres da CUT, em Brasília. Os temas debatidos foram paridade, reforma política e democratização dos meios de comunicação, além de lutas históricas da pauta feminista, como a presença das mulheres no mercado de trabalho e a situação das mulheres negras. Representantes da base da FETEC-CUT/SP participaram do evento que reuniu mais de 600 sindicalistas de todos os estados brasileiros e diversas categorias. "A paridade foi o tema central dos três dias de debate, já que a ocupação da mulher nos espaços de decisão é muito difícil. Precisamos desconstruir a cultura machista que tina a capacidade das mulheres de ocupar posições de destaque na sociedade", afirmou Crislaine Bertazzi, diretora de Políticas Sociais de FETEC-CUT/SP. Relações compartilhadas, política públicas e empoderamento das mulheres também foram destacados no encontro. "Essas ações sao fundamentais para atingirmos uma sociedade justa. A luta pela igualdade de oportunidade e direitos deve ser constante", reforçou. Paridade Rosane Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, afirmou que as mulheres representam mais de 50% da classe trabalhadora, mas em condições diferenciadas. Em pleno século 21, ainda há opressão em todos os espaços e no espaço do trabalho produtivo é onde ela mais persiste. Rosane destacou que o sindicato também deve ter o papel de reverter esse quadro. "Um sindicato e uma central sindical que pensa sua pauta política e de ação sem incorporar o tema da opressão às mulheres, não está representando toda a classe trabalhadora. O tema da igualdade salarial é tão importante quanto o aumento real de salário. Por isso, nós mulheres precisamos estar também nos espaços de negociação coletiva. É preciso preparar as mulheres para que elas possam estar na mesa de negociação".
A secretária de Política para as Mulheres da Presidência da República, Tatau Godinho, falou sobre o papel do Estado, que é o de cumprir um mandato de uma vontade política e social que é determinada pelas formas de organização da sociedade. Além disso, da necessidade de debate sobre o aumento da participação feminina, temos que defender uma plataforma de igualdade entre mulheres e homens, de direitos iguais. Segundo a painelista, é preciso ter clareza sobre qual participação queremos, sobre que Estado queremos. "Nossa plataforma é de democracia na participação, mas também de igualdade, de romper com a dominação e a exploração, de garantir a ampliação dos direitos sociais e que a participação política das mulheres seja parte da construção de uma sociedade igualitária. Temos que ter esse cuidado, senão, estaremos criando condições para que as mulheres sejam portadoras de uma plataforma que oprime o conjunto das mulheres, e não é isso que queremos", reiterou. Mercado de trabalho e situação das mulheres negras Sandra Mariano, coordenadora Nacional de Entidades Negras (CONEN), apresentou dados importantes levantados pelo Conen, sobre a situação da população negra no Brasil. Segundo o estudo, atualmente, pretos e pardos somam 50,7% dos brasileiros e ocupam em torno de 30% do funcionalismo brasileiro, são 17,6% dos médicos e menos de 30% dos professores universitários. Já entre os diplomatas apenas 5,9% são pretos e pardos. O documento também demonstra que a formalização tem crescido mais acentuadamente entre negros, mas ainda é baixa se comparada à taxa de formalização dos brancos. Os índices mostram melhorias, apesar de ainda expressivas diferenças de rendimento, estrutura ocupacional, formalização, rotatividade e desemprego entre negros e brancos, o que atinge especialmente as mulheres negras. Segundo dados do PNAD/IBGE 2013, no Brasil são 37 milhões de mulheres a serem inseridas no mercado de trabalho. Marilane Teixeira, economista e integrante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), analisou que para reverter esse quadro será necessária uma mudança no sistema produtivo. "A redução da jornada de trabalho é central pra mulheres. Reduzir a jornada é garantir que no futuro mais mulheres possam se inserir no mercado de trabalho", diz. Rendimentos " Segundo Marilane, há poucas alterações em relação aos rendimentos. As mulheres negras foram favorecidas pela valorização do salário mínimo, que permitiu que houvesse um processo em que, na base da pirâmide salarial, os salários de homens e mulheres se aproximaram, mas no topo, se distanciaram. Para a pesquisadora, isso também é reflexo da diminuição do peso na indústria e no crescimento no comercio e serviço no mercado de trabalho. Marcha das Margaridas Após os debates, foi feito um ato sobre a Marcha das Margaridas, que acontece de quatro em quatro anos, em agosto, evento que reúne mulheres do campo e da cidade por direitos, reformas, liberdade, autonomia e igualdade. Resoluções As delegadas trabalharam em grupo, discutindo temas a serem levados aos CECUTs e ao CONCUT (congressos estaduais e nacional da CUT) e aprovaram resolução, que inclui a defesa da Petrobrás, Reforma Política e Democratização da Comunicação. Confira abaixo as principais resoluções do 8º Encontro Nacional de Mulheres da CUT - Sensibilização das direções dos ramos e sindicatos sobre a paridade - Mapeamento da quantidade de mulheres na CUT - Cursos de formação para mulheres - Paridade nas delegações em todos os fóruns da CUT - Secretarias de Mulheres das Estaduais devem participar da coordenação dos CECUTs - Formação sobre o tema, para poder viabilizar a discussão de gênero nos sindicatos CUTista " com envolvimento de homens e mulheres - Lutar por creche nos sindicatos e nas mesas de negociação - Pensar uma política de enfretamento contra o assedio moral e sexual no movimento sindical e no trabalho - Formação sindical " estruturar curso de formação na CUT sobre a luta feminista, abordando a luta das mulheres na CUT, com recorte racial. - Implementação do Plano Nacional de Saúde Integral da Mulher
Fonte: FETEC-CUT/SP com CUT
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