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13/02/2015

Lucro da Caixa reforça que não há motivos para abertura de capital

O balanço de 2014 da Caixa Econômica Federal, divulgado nesta quinta-feira (12), mostra que o banco continua ganhando espaço no mercado. O saldo das operações de crédito atingiram R$ 605 bilhões, sendo quase R$ 340 bilhões na área habitacional. No ano passado, graças principalmente às taxas de juros competitivas, foram conquistados cerca de 6 milhões de clientes, o que fez o número de correntistas e poupadores chegar a 78,3 milhões. Com competência, a Caixa administra hoje mais de 132 milhões de contas ativas do FGTS.

Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, destaca que a dedicação diária dos mais de 100 mil trabalhadores é o principal pilar dos resultados da Caixa.

"Somos nós, bancários e bancárias, que construà­mos isso no dia a dia. A categoria precisa ser mais valorizada e contar com condições dignas de trabalho. Só para citar um exemplo: existem atualmente 4,2 mil agências e postos de atendimento espalhados pelo Brasil, mas o quadro de pessoal é insuficiente frente a essa capilaridade", afirma Fabiana.

Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, os dados do balanço deixam ainda mais claro a quem interessa uma abertura de capital da empresa. "Enquanto o mercado financeiro acumula perdas desde a crise de 2008, a Caixa tem atropelado o setor privado, incomodando e despertando a cobiça. De janeiro a dezembro, o banco injetou quase R$ 700 bilhões na economia, o que corresponde a aproximadamente 13,4% do PIB. Tudo isso significa que a Caixa 100% pública é o melhor modelo para os brasileiros", argumenta.

Outros números da Caixa no ano passado, conforme a análise do Dieese, também impressionam. O lucro lí­quido foi de R$ 7,1 bilhões. O saldo em ativos próprios alcançou R$ 1,1 trilhão. As contratações em operações de saneamento e infraestrutura somaram R$ 33,3 bilhões.

Um total de R$ 5 bilhões foi disponibilizado em crédito rural. A quantidade de contas de poupança chegou a 58,3 milhões, com saldo de R$ 236,8 bilhões, o que mantém o banco na liderança do mercado com 35,7% de participação. Mais uma prova da confiança que a população tem na Caixa.

Ainda em relação ao balanço de 2014, destaque também para o social. No ano passado, os programas de transferência de renda distribuà­ram R$ 28 bilhões por meio de 176 milhões de benefícios. Desses, cerca de 161,7 milhões se referem ao Bolsa Famíl­ia, totalizando R$ 26 bilhões.

Em relação aos programas voltados ao trabalhador, como seguro-desemprego, abono salarial e PIS, a instituição foi responsável pelo pagamento de 173,5 milhões de benefícios. No perí­odo também foram pagas 66,3 milhões de pensões e aposentadorias do INSS, que somaram R$ 67,4 bilhões.

"A Caixa sempre teve um forte papel social, o que foi intensificado na última década. Ela é protagonista nas melhorias pelas quais o Brasil tem passado. O banco deve continuar 100% público. Aliás, continuamos no aguardo do posicionamento do governo quanto às notícias veiculadas pela imprensa de que se pretende abrir o capital da empresa. A Fenae, as outras entidades do movimento sindical e associativo e os empregados estão mobilizados", diz o vice-presidente da Federação, Clotário Cardoso.

Pagamento da PLR

A Contraf-CUT, assessorada pela CEE/Caixa, enviou nesta quinta-feira um ofício ao presidente do banco, Jorge Hereda, solicitando a antecipação da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A primeira parte, correspondente a 60% do total a que o trabalhador tem direito, foi paga no dia 20 de outubro do ano passado.

Até o momento a Caixa ainda não se manifestou.


Fonte: Contraf-CUT com Fenae 

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