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12/02/2014

Acordo com Bradesco prevê integração de 2 mil comerciários à  categoria bancária

Após mais de dez anos de lutas, cerca de 2 mil trabalhadores enquadrados como comerciários estão prestes a serem reintegrados à categoria bancária. Fruto da mobilização sindical e de um exaustivo processo de negociação com o Bradesco, as entidades de representação dos bancários chegaram a uma possibilidade de acordo que beneficia trabalhadores da área de financiamento de veículos, localizados em 22 estados em 70 pontos diferentes de atendimento.

Conforme o instrumento negociado, esses trabalhadores continuam vinculados à Bradesco Financiamentos, mas na condição de bancários. Hoje, a jornada média é de 44 h semanais, com a proposta, 60% dos beneficiados, que são comissionados, poderão ter a jornada reduzida para 40h semanais, enquanto para os que estão enquadrados na faixa do piso salarial, a jornada pode ser reduzida para 30h semanais.

O acordo prevê regulamentação de pelo menos dois finais de semana de folga e não mais do que cinco dias de trabalho consecutivos. Também estão previstos ganhos financeiros, já que a base de remuneração atual é por produção. Pela nova proposta, a remuneração passa a ser de salário fixo calculado pela média de produção dos últimos 12 meses. Para os que recebem piso (hoje de R$ 952,00), está previsto o piso da categoria, de R$ 1.503,32 , o que representa aumento imediato 71%.Aos comissionados, o aumento pode chegar até 137%. 

Atualmente, desses 2 mil funcionários, apenas 800 recebem PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Com a nova proposta todos passam a ter o direito. Além disso, a oportunidade de carreira passa a ser maior, já que a empresa será porta de entrada para qualquer outra área do banco, a exemplo do que ocorre hoje no Telebanco.

"Trata-se de uma importante vitória, pois estamos resgatando direitos que foram retirados de forma desumana pelo Bradesco", afirma Maria de Lourdes Silva, a Malú, dirigente da FETEC-CUT/SP.

Em 2002, por ocasião da fusão com a Finasa, o Bradesco transformou em comerciários os bancários dessa instituição especializada em financiamentos. Em 2009, foi a vez dos funcionários do antigo BMC. Comprado pelo Bradesco em 2007, eles foram pressionados a assinar uma carta solicitando transferência para o Finasa. Dessa forma, passaram a ser promotores de vendas, perdendo direitos históricos como PLR, vale-refeição, dentre outros.

"Felizmente, muitos desses trabalhadores persistiram mesmo excluídos da categoria bancária e juntos com os sindicatos fomentaram a luta por inclusão na categoria. É por isso que hoje comemoramos mais esta vitória, fruto de nossa organização, união e muita negociação com o Bradesco", comemora Malú ao destacar a necessidade de a proposta ser ratificada em assembleias. "Para valer esta negociação é preciso que os trabalhadores a aprovem nas assembleias convocadas por seus sindicatos. Então, fiquem atentos", salienta a dirigente da FETEC-CUT/SP.

O primeiro a agendar assembleia para apreciação do acordo foi o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, para o início da noite desta terça-feira, 11 de fevereiro.

Fonte: FETEC

 

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