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22/07/2011

Economista vê taxa de juros insustentável, mas destaca outras medidas contra inflação

 

Para Rogério Souza, do Iedi, BC tem adotado ações diversificadas para conter a alta de preços e diminuir o ritmo da economia

 

São Paulo " Após anúncio feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevação em 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), diversas entidades, incluindo o movimento sindical, fizeram duras críticas à política econômica. O economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, Rogério César de Souza, concorda que o remédio ainda empregado contra a inflação tem gosto "amargo", mas acrescenta que há sinais claros de que o BC vem usando outros instrumentos para conter a alta de preços.

 

 

Além dos juros, outras medidas para conter o crescimento da economia relacionam-se à restrição ao crédito. "O Banco Central vem mostrando uma postura diferente no tratamento da contenção da inflação, utilizando, sim, a taxa de juros, mas alternando com outras vias também poderosas", avalia o economista.

O coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messenberg, concorda com a análise. Para ele, a postura do BC é "inovadora", assim como a "separação que o BC está fazendo do mercado". Ele deixa claro que o tal distanciamento encontra-se ainda em fase inicial " tanto que a taxa Selic sofreu uma quinta alta consecutiva, seguindo exatamente o que previam economistas ligados a instituições financeiras.

O economista do Ipea acredita que "o mercado terá de se adaptar a essa nova realidade", que segundo ele "se deu pela conjuntura econômica mundial". Messemberg sugere que essa adaptação deva ocorrer em curto ou médio prazo. Assim que a transição estiver consolidada, "a confiança do mercado irá se elevar naturalmente, o que é um bom sinal para a economia do país".

Para Souza, a autoridade monetária já deixou claro que prazos e impostos podem ser usados como "meios viáveis para conter o crédito". O aumento na taxa Selic, porém, mostra-se como "o remédio mais amargo" para se alcançar os efeitos desejados. Ocorre que não é "sustentável" para o Brasil manter a taxa de juros mais alta do mundo. Assim, observa, a meta é "baixar o nà­vel da taxa de juros para nà­veis semelhantes aos dos países mais desenvolvidos", mas para isso ele admitiu que seria necessário uma política de longo prazo, sempre de olho na inflação.

A contenção de fluxos especulativos na indústria brasileira é outro fator que merece atenção do governo brasileiro, segundo Souza. "O governo precisa continuar com as medidas macroprudenciais, e, ao mesmo tempo, manter políticas micros, específicas, para desonerar a produção de empresas e buscar fontes de financiamento como medidas de incentivo à produção e exportação", recomenda o economista.

Fonte: Raoni Scandiuzzi-Rede Brasil Atual / por Assessoria de Imprensa 22/07/2011

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