SEU BANCO - SANTANDER22/11/2011 Bancários cobram negociação outra vez com Santander para aditivo e PPRS
A Contraf-CUT, federações e sindicatos encaminharam nesta segunda-feira, dia 21, nova correspondência ao superintendente de Relações Sindicais do Santander, Jerônimo dos Anjos, cobrando o início das negociações para a renovação com avanços do acordo aditivo à convenção coletiva de trabalho e do acordo do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS), além dos termos de compromisso do Banesprev e Cabesp.
Os documentos anteriores foram encaminhados nos dias 21 de outubro e 7 de novembro. Já a minuta de reivindicações específicas foi entregue no dia 30 de agosto. Os trabalhadores do Santander são os únicos, entre os bancos privados, a manter um acordo aditivo. Entre as conquistas estão a inclusão do intervalo de 15 minutos dentro da jornada de seis horas, 2 mil bolsas de auxílio-educação para a graduação e a ampliação da licença-amamentação, dentre outras. Os bancários reivindicam a inclusão de novas cláusulas como a garantia do emprego, cinco dias de ausências abonados por ano, adiantamento de um salário nas férias a ser pago em dez vezes sem juros, eleições democráticas dos representantes dos participantes do SantanderPrevi e Sanprev, manutenção da assistência médica para todos os aposentados e o aumento do PPRS. O banco, no entanto, não demonstra valorizar os funcionários que mais trazem resultados aos seus cofres. Mesmo dando ao Santander, apenas entre janeiro e setembro deste ano, um lucro líquido de R$ 5,956 bilhões - crescimento de 9% em comparação ao mesmo período do ano passado - 1.636 postos de trabalho foram fechados em 2011, o equivalente a 3% de seu quadro de funcionários no país. Além disso, há uma enorme rotatividade de trabalhadores. Enquanto na vizinha Argentina os trabalhadores terceirizados do call center foram incorporados e na Espanha já é uma realidade os cinco dias de ausência abonados e o bolsa de férias - um incentivo financeiro aos funcionários que usufruem do período de descanso nos meses menos concorridos -, os bancários brasileiros ainda são obrigados a lutar por esses direitos. A nova cobrança por negociações ocorre na abertura da Jornada Continental de Lutas, que ocorre nesta semana em todos os países onde o Santander está presente na América Latina. Até sexta-feira, dia 26, os trabalhadores realizam manifestações cobrando respeito ao direito de liberdade sindical, negociação coletiva e fim das perseguições e discriminações. Os funcionários também irão denunciar a utilização de práticas antissindicais por parte da instituição. No dia 26 de outubro, representantes de quatro entidades sindicais da América Latina (Brasil, Argentina, Chile e Colômbia) e da Espanha se reuniram pela primeira vez com a direção do banco, na Cidade Financeira do Santander, em Boadilla del Monte, nas proximidades de Madri. O Brasil foi representado por Ademir e pelas diretoras do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa e Maria Rosani. Foi entregue uma carta ao diretor de Relações Laborais do Santander na Espanha, Juan Gorostidi Pulgar, apoiando a iniciativa das entidades sindicais no Comitê de Empresa Europeu do Santander, propondo a formação de uma coordenadora mundial e o início das negociações com a UNI Finanças com o objetivo de firmar um acordo marco global. No Brasil as manifestações desta semana serão intensas. No país de onde o Santander obtém 25% do seu lucro mundial, os funcionários cobram o fim de práticas antissindicais e do assédio moral propiciado, principalmente, pela imposição de metas abusivas e inalcançáveis. Além disso, os bancários querem a retomada das negociações para renovação do acordo aditivo. Possível venda de ações Outra notícia que tem preocupado aos trabalhadores brasileiros diz respeito às especulações na imprensa de que os controladores do Santander podem vender 3,2% das ações do Santander Brasil, o que, segundo analistas do mercado financeiro, poderia ser vantajoso ao Santander na Espanha, mas prejudicial aos papéis do Santander Brasil. De acordo com o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Marcelo Sá, o banco precisa rever sua atuação no país. "O Brasil não pode pagar pela crise da Espanha. Nosso país tem dado retornos formidáveis ao banco e nossos trabalhadores não têm salários e direitos tão vantajosos como os que recebem os trabalhadores espanhóis".
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo |
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