16/01/2013
Será discutido hoje rotatividade com Itaú e Santander no MTE
O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Brizola Neto, promove nesta quarta-feira, dia 16, às 14h30, uma audiência de mediação entre a Contraf-CUT , Itaú e o Santander, em Brasília, para discutir a redução de empregos e a política de rotatividade dos dois bancos privados.
A data foi confirmada na sexta-feira, dia 11, após anúncio feito na quarta-feira, dia 9, durante audiência concedida para a Confederação e o Sindicato dos Bancários de Brasília, no gabinete do ministro, na capital federal.
As entidades sindicais apresentaram novos dados do Dieese sobre milhares de demissões e de fechamento de postos de trabalho nas duas instituições financeiras. "De um lado, os bancários perdem seus empregos e, de outro, o governo amplia os gastos com seguro-desemprego. Só os bancos saem ganhando, porque reduzem a folha de pagamento e aumentam ainda mais os seus lucros", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Brizola Neto se mostrou preocupado com os números apresentados e reafirmou o seu compromisso com a geração de empregos e o combate à alta rotatividade, manifestado na 14ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida em julho, em Curitiba.
Itaú
Os dirigentes sindicais apresentaram dados do Dieese, a partir dos balanços do Itaú, que apontam o corte brutal de postos de trabalho nos últimos dois anos. O banco ceifou 7.831 empregos entre janeiro e setembro do ano passado.
Somente no terceiro trimestre de 2012, o número de trabalhadores recuou de 92.517 para 90.427, uma redução de 2.090 vagas em apenas três meses.
Desta forma, o banco aprofundou ainda mais o processo de extinção de empregos iniciado em abril de 2011, totalizando desde então o fechamento de 13.595 vagas, conforme análise feita pelo Dieese. "É um absurdo que o Itaú elimine mais de 13 mil de postos de trabalho em apenas um ano e meio, mesmo com todo este lucro faraônico", aponta Cordeiro.
O presidente da Contraf-CUT disse ao ministro que o quadro pode piorar ainda mais este ano. O diretor corporativo de Controladoria e de Relações com Investidores do Itaú, Rogério Calderón, defendeu a política "de ganhar eficiência em 2013, estratégia que pode incluir a redução de pessoal, embora em velocidade menor que no ano passado", conforme notícia divulgada na terça-feira (8) pela Agência Reuters. "Empresa eficiente não pode ser a que demite, mas a que emprega, valoriza os trabalhadores e presta bons serviços aos clientes e àsociedade", afirma Cordeiro.
Santander
O presidente da Contraf-CUT apresentou a análise técnica do Dieese com base nos dados do Caged de 2011 e 2012 que foram entregues pelo Santander à Contraf a partir de determinação da procuradora do Ministério Público do Trabalho, Ana Cristina Tostes Ribeiro.
O Santander contratou 14.692 empregados em 2012 e desligou 14.980, um corte de 288 postos de trabalho. O banco fechou o ano com quadro de 51.237 funcionários.
Desta forma, enquanto a taxa de rotatividade no setor bancário foi de 7,6%, o índice no Santander atingiu 28,8% em 2012.
"Isso foi quase quatro vezes superior à vigente no setor bancário como um todo. Isso significa que num período de 12 meses o banco 'girou' quase um terço do seu quadro de pessoal. Mantida essa taxa em três anos, o banco terá 'girado' quase 100% dos seus funcionários", avalia o Dieese.
Em dezembro, o Santander ainda promoveu demissões em massa. Após determinação do MPT, o Santander enviou para a Contraf-CUT uma lista de 1.280 desligamentos às vésperas do Natal. "O número só não foi ainda maior por causa das denúncias, protestos e mobilizações das entidades sindicais dos bancários em todo país", destaca Ademir, secretário de imprensa da Contraf-CUT.
Postado pela Assessoria de Imprensa: 16/01/2013
Fonte: Contraf-CUT/ Crédito: Guina " Seeb Brasília
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