02/12/2016
Segurança bancária em debate com PF e Febraban
Entre janeiro de 2015 e junho de 2016, 713 armas de fogo foram roubadas em assaltos a agências bancárias somente no estado de São Paulo. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do estado e foram apresentados pela Polícia Federal na 111ª reunião da Ccasp, ocorrida na quinta-feira 1º, em Brasília.
A fim de reverter esse quadro, um grupo de trabalho será formado entre representantes dos trabalhadores e dos bancos, sob a supervisão da Polícia Federal, para debater onde as armas dos vigilantes deverão ser armazenadas nas agências.
Também foi acertada a criação de um grupo de trabalho para discutir a abertura remota das agências bancárias, a fim de tirar dos bancários a posse das chaves, que os faz alvos de bandidos e suas famílias vítimas de sequestros. A federação dos bancos (Febraban) é contra essa mudança.
Estatuto – Outro ponto debatido foi a aprovação da lei que regulamenta a atuação das empresas de segurança privada, de transporte de valores, e segurança em bancos. O texto foi ratificado na Câmara dos Deputados na terça-feira 29, e segue para discussão e votação no Senado. Os representantes dos trabalhadores destacaram que já existem diversas leis municipais mais eficientes e punitivas aos bancos do que a lei federal.
“A Febraban jogou um peso muito grande na Câmara para a aprovação dessa lei a fim de acabar com as leis municipais e, dessa forma, abrandar tanto medidas de segurança como punições aos bancos”, critica Carlos Damarindo, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato. “Além disso, o movimento sindical não foi chamado para discutir a atualização da lei, mais uma prova de que este Congresso Nacional golpista não leva em conta os interesses dos trabalhadores”, acrescenta.
Outros debates – Outra frente de discussão formada por um grupo de trabalho abordará o aperfeiçoamento dos testes de alarmes nas agências, medida que consta no plano de segurança. Os representantes dos trabalhadores entendem que, para ter efetividade, a fiscalização da Polícia Federal deverá ser feita de surpresa. A Febraban sugeriu que seja previamente agendada.
A questão do almocista foi outro ponto discutido. Trata-se de um vigilante que rende o colega lotado na agência durante seu horário de almoço. O Santander dispensa esse profissional e obriga os vigilantes das unidades bancárias a almoçarem antes da abertura ao público ou após seu fechamento. A Polícia Federal vai notificar o banco espanhol.
Os representantes dos trabalhadores consideram a recusa do Santander em pagar o almocista como uma visão economicista que impacta diretamente no plano de segurança das agências, além de prejudicar a saúde do trabalhador e ferir a lei trabalhista.
“Cobramos a Polícia Federal para que notifique o Santander, pois essa prática é acobertada pela Febraban e pode encorajar outros bancos a também adotar a mesma prática”, frisa Carlos Damarindo.
As demandas e os grupos de trabalho deverão ser consolidados na próxima reunião, agendada para o dia 14 de março.
Fonte: SEEB SP
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