22/10/2015
Sindicato cobra e Santander vai retirar publicidade
Após muitas críticas nas redes sociais e cobrança do movimento sindical, o Santander anunciou que vai retirar as peças consideradas apelativas da sua nova campanha publicitária. Em um dos quatro banners que sairá das ruas, o banco utiliza a foto de uma gerente com as coxas à mostra, vestido decotado e os dizeres: "Joyce, gerente do Santander. Abra uma conta com ela".
Outro banner traz a imagem de um gerente sem camisa, tomando banho em uma ducha de praia.
A campanha, que teve início em 22 de setembro, gerou espanto e revolta entre a categoria bancária e causou polêmica nas redes sociais. Internautas de várias partes do país classificaram a publicidade como "apelo ao erotismo", "incentivo ao assédio sexual", "grotesca" e "vergonhosa".
"A imagem que as pessoas têm dos bancários é que levam uma vida boa e têm um emprego bacana que paga um ótimo salário, e o Santander solta essa campanha publicitária justo no meio da greve da categoria, quando a população está sendo penalizada pela suspensão dos serviços", critica a diretora executiva e bancária do Santander, Maria Rosani.
"E nós sabemos que a realidade é bem diferente, com exploração, pressão pelo cumprimento de metas abusivas, assédio moral e adoecimento. A campanha e o momento em que foi lançada são um total desrespeito tanto para os trabalhadores quanto para a sociedade", acrescenta a dirigente.
No MPT " A Contraf-CUT entrou com representação contra o banco espanhol no Ministério Público do Trabalho (MPT) e pediu a suspensão imediata da campanha publicitária.
"O Santander passou dos limites ao explorar o corpo e a sensualidade dos próprios funcionários. Os banners também mostram gerentes felizes da vida. Estamos entrando na terceira semana de greve por responsabilidade dos bancos. É um desrespeito total à categoria, que não está nada feliz, mas indignada", diz o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.
Segundo o Santander, a campanha utiliza 200 gerentes em banners distribuídos nas principais cidades brasileiras, e as peças retratam um momento de lazer dos bancários, com a intenção de fazer as pessoas se identificarem com o funcionário.
O assessor jurídico da Contraf-CUT, Jefferson Olivera, explica que o banco pode ser processado por grave violação à dignidade de toda uma categoria profissional. "A denúncia ao MPT busca estabelecer uma mediação o mais breve possível com o banco, para determinar uma regra de conduta que resguarde a dignidade da categoria. O banco extrapolou os limites da relação de trabalho. Tal processo pode inclusive acarretar uma multa altíssima por dano moral coletivo."
Fonte: Seeb SP e Contraf-CUT
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