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SEU BANCO - FINANCEIRAS

07/06/2016

Dirigentes sindicais analisam a conjuntura atual e afirmam que o momento exige luta e resistência contra os golpistas

"Consolidando conquistas e avançando em direitos", é com este objetivo que funcionários dos bancos privados se reúnem na cidade de São Paulo, nesta terça-feira (7) e quarta-feira (8), para debater e definir as reivindicações específicas dos bancários do HSBC, Bradesco, Itaú e BMG, que serão entregues às instituições financeiras.

Logo após a abertura do encontro, os bancários analisaram a conjuntura política e econômica do País. Enfrentar o retrocesso, com grandes mobilizações, e em cada local de trabalho, está entre as prioridades da Campanha Nacional 2016.

Os Diretores Humberto Faria, Edison Crealezi, Carlos Alberto, Gerson Florindo  estão representando os bancários da base de Taubaté e Região.

O governo interino e ilegítimo de Michel Temer já se mostrou inimigo dos trabalhadores, com projetos de mudanças na aposentadoria, de privatizações, terceirizações e flexibilização da CLT.

A mesa de análise de conjuntura foi composta pelo presidente da CTB, Adilson Araújo; pela vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira; e o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten. Todos foram unânimes em destacar a necessidade de luta para enfrentar os financiadores do golpe, como os banqueiros.

"A luta é de classes"

A afirmação do presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, joga luz sobre os problemas que a classe trabalhadora está enfrentando com o Congresso Nacional mais conservador desde 1964, o governo de Michel Temer e "partidarização do judiciário", como definiu ao falar do papel atual da justiça brasileira.

Roberto fez uma análise do cenário encontrado pelos bancários na campanha de 2015 e disse que este ano tende a ser pior. "2016 não é um ano difícil, é muito difícil. Temos visto uma convergência entre empresários, grande mídia e um judiciário partidarizado. Eles compraram um congresso nacional, financiando 70% dos parlamentares, para colocar em prática a pauta bomba contra os trabalhadores, com projetos como a terceirização. Mas também estamos em Brasíl­ia e nas ruas para fazer este combate."

O dirigente afirmou que a marca da campanha deste ano será o enfrentamento dos planos econômicos, que pretendem colocar o trabalhador para "pagar o pato", uma referência à campanha da Fiesp contra o governo Dilma Rousseff.

"Nós temos que disputar o coração e a mente de cada trabalhador, mostrar que a Ponte para o Futuro, deste governo golpista, leva à redução dos direitos trabalhistas. A luta é de classes, do trabalhador explorado, contra o patrão, o banqueiro explorador, e nós venceremos," ressaltou, sob aplausos.

 "A disputa não é só no Brasil"

"Se eu dissesse que faria reforma na previdência, que mexeria na CLT, que iria cortar recursos da saúde e da educação, eu seria eleita? Não seria. Para implementar esse projeto tiveram que dar um golpe, era o único jeito", questionou Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Para Juvandia, os trabalhadores devem lembrar que a atual situação política do País esconde também interesses estrangeiros. "A disputa não é só no Brasil, sabemos que eles querem as riquezas do pré-sal, querem as obras de infraestrutura. A atual presidenta do BNDES era um dos principais nomes da privatização dos anos 1990, isso é prejuízo para toda a população, do pré-sal tirarí­amos recursos para saúde e educação", ressaltou.

"A luta é em defesa da democracia"

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central de Trabalhadores do Brasil), foi outro participante do debate a levantar a importância de analisar a conjuntura do País de forma ampla, buscando inclusive suas raízes históricas. "No Brasil temos uma grande dívida histórica, fomos os últimos a abolir a escravidão, nossa constituição feita somente nos anos 1980, nossa democracia adolescente. Essa constituição, aliás, nos garantiu direitos, mas ainda está longe de nos garantir o bem estar social", pontuou.

Adilson acredita que nos últimos anos o movimento sindical deixou de enxergar este contexto, ignorando acontecimentos importantes do País e do mundo.

"Tín­hamos de que entender a Primavera àrabe, o Ocupa Wall Street, o movimento de junho de 2013. O movimento sindical perdeu sua referência, com isso a bancada de trabalhadores no Congresso se reduziu de 83 para 46 e agora temos a composição mais conservada desde 1964. Por isso, a luta que nos um agora é em defesa da democracia", concluiu.

 

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

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