21/11/2016
Representantes dos Trabalhadores cobra e BB marca reunião para terça 22
Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que os bancos públicos estão na mira do governo Temer, comunicado de fato relevante do Banco do Brasil no domingo 20 é esclarecedor. Em uma só tacada a empresa anunciou que ira fechar 402 agências e transformar outras 379 em postos de atendimento bancário (PABs), além de lançar Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI) que abrange cerca de 18 mil funcionários ou cerca de 16% do total.
A justificativa apresentada pela instituição é de que a medida impactará na redução das despesas anuais na ordem de R$ 750 milhões.
Diante do anúncio, a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil cobrou negociação urgente com a direção da instituição, que ocorrerá na terça-feira 22.
“Tudo foi feito sem qualquer negociação ou conhecimento do movimento sindical. Uma reestruturação como essa mexe com a vida de milhares de trabalhadores, com instituições como Cassi, Previ e Economus, além de atingir em cheio o papel do banco público para auxiliar no desenvolvimento do país”, afirma o diretor do Sindicato João Fukunaga.
Pelo comunicado do BB, os trabalhadores têm até 9 de dezembro para aderir ao PEAI e, se tiver a adesão de 18 mil bancários como é almejado, o quadro de funcionários cairá de 109 mil para 91 mil.
“A decisão cabe a cada trabalhador. Mas é importante que antes de qualquer definição saiba como ficará a situação perante as caixas de assistência (Cassi) e de Previdência (Previ). E, no caso dos oriundos da Nossa Caixa, do Economus, que tem situação deficitária”, explica o integrante da comissão de empresa “Sobre essas questões cobraremos explicações do banco.”
João Fukunaga antecipa que é imprescindível que os integrantes do Plano 1, da Previ, que vierem a aderir ao plano, mantenham suas contribuições ao fundo de pensão. “Isso irá reduzir aqueles 12% por hora trabalhada, pois, ao se aposentar, esse trabalhador terá de arcar também com a parte patronal.”
Ataque ao banco público – O dirigente adverte ainda que se houver fechamento de agências e a transformação de unidades em PABs também provocará graves problemas tanto para bancários como para clientes e a população. “Para onde irão os trabalhadores que terão locais de trabalho fechados e como fica a questão dos cargos comissionados na redução dessas estruturas? São respostas que queremos e já deixaremos claro que não aceitamos redução de direitos ou de remuneração.”
O sindicalista adverte ser necessário esclarecer a população sobre tudo que está ocorrendo. “Há cidades em que o Banco do Brasil é a única instituição financeira presente. Como ficará, por exemplo, o atendimento nessas regiões?”, questiona. “Por isso, é essencial que cada trabalhador faça um corpo a corpo com clientes e a população; o que verdadeiramente está camuflado nessa reestruturação é um ataque ao banco público. Só o envolvimento de todos irá impedir que as agências sejam fechadas.”
Seminário – A recente medida no Banco do Brasil aumentou ainda mais a importância do seminário Se é Público, é para Todos (clique aqui) que debaterá os ataques contra Banco do Brasil, Caixa Federal e outras instituições. Será na quarta 23, a partir das 19h na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, próximo ao Metrô Sé).
“O governo Temer quer desmontar mais uma empresa pública. Quer fechar agências e reduzir postos de trabalho no BB. O oposto do que foi feito nessas empresas nos últimos 12 anos. Esse importante banco público é responsável, por exemplo, por cerca de 60% do crédito agrícola no país”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Esse desmonte só interessa aos bancos privados, que não terão concorrência, num sistema financeiro extremamente concentrado e sem os bancos públicos fortes, toda a sociedade perde.”
Fonte: SEEB SP
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