26/03/2015
Temas que afligem bancários são levados ao BB
A Comissão de Empresa dos Funcionários reuniu-se com representantes do Banco do Brasil na terça 24 para debater temas como pagamento pela pausa obrigatória de 15 minutos às mulheres; ação do MPT sobre o regime de trabalho de arquitetos, engenheiros e advogados; a forma de recebimento do dinheiro referente ao vale transporte, dentre outros pontos.
15 minutos para as mulheres " O Supremo Tribunal Federal impôs a obrigatoriedade das funcionárias do Banco do Brasil de cumprirem pausa de 15 minutos durante a jornada de trabalho de seis horas. A determinação está na CLT, entretanto o banco não regulamentou esse período no ponto eletrônico, e as funcionárias que cumprirem hora-extra têm desconto de 15 minutos e portanto não receberão por esse tempo a mais trabalhado. "Nós levamos este problema ao banco, que se comprometeu a abrir mesa de negociação para discutir a questão", informa Claudio Luis de Souza, da Comissão de Empresa dos funcionários do BB.
Arquitetos, advogados e engenheiros - O Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal move ação obrigando o Banco do Brasil a migrar para o cargo de escriturário, por meio de concurso externo, os analistas jurídicos, de engenheira ou arquitetura.
Claudio Luis relata que o banco quer deixar a ação correr até o final e não pretende negociar Ministério Público. "O movimento sindical quer negociar com o banco, em conjunto com as associações de advogados, arquitetos e engenheiros, e propor ao Ministério Público que os funcionários já contratados permaneçam como estão, e a mudança só atingiria os funcionários futuramente contratados. O banco anunciou que pretende marcar uma mesa de negociação para tratar o tema."
Vale Transporte " Na assinatura do acordo aditivo à CCT, o banco se comprometeu a pagar o vale transporte em dinheiro, mas garantiu a opção de reverter os créditos para cartão magnético. Entretanto, descumpriu com aquilo que foi acordado e os bancários só tem a possibilidade de receber em dinheiro.
CCP " Termina em 21 de maio o programa vigente de Comissão de Conciliação Prévia (CCP) " semelhante às Comissões de Conciliação Voluntária (CCV), mas direcionadas aos bancários que pedem demissão. O banco vai apresentar novo modelo. Na reunião foram solicitados ajustes em relação a CCP mais recente, quando foi apresentado pacote fechado de valores. Por exemplo, o funcionário tem direito a receber 30 horas extras e o banco oferece o valor fechado de 15. "O movimento sindical reivindica que haja possibilidade de negociar esses valores fechados", salienta Claudio Luis.
Certificação e ascensão de administradores na rede varejo " O banco apresentou projeto sobre essa questão à comissão de empresa, que questionou alguns pontos, principalmente a linha de corte de 5% do total de gestores que automaticamente serão rebaixados de função.
Para o restante, em vez de perder a comissão, eles terão um rebaixamento na carreira durante o período de avaliação. O funcionário também receberá uma certificação. Se for negativa, o bancário será deslocado para o cargo logo abaixo ao atual em vez de voltar a ser escriturário. "Nós ainda temos de avaliar essa proposta, e para isso vamos fazer plenárias com gerentes para ouvir o que pensam."
Reestruturação na Gecex " O banco havia informado que os bancários envolvidos na reestruturação do setor não sofreriam prejuízos. No entanto, ocorreu o inverso com assistentes com, jornada de oito horas, que foram obrigados a migrar para as seis horas.
A COE também levou à mesa as denúncias de que os caixas estão sendo orientados a não aceitar transações (pagamento de contas, saques ou depósitos) com valor inferior a R$ 800, empurrando assim os consumidores para o autoatendimento. O banco afirmou que o projeto tem o objetivo de orientar os clientes a utilizarem os canais alternativos, mas o cliente, segundo os representantes do banco, têm total liberdade para efetivar as transações no caixa. "Mas segundo denúncias de caixas, não é essa a orientação que estão recebendo", ressalta Claudio Luis.
Durante a reunião, a COE reportou denúncias de funcionários da CABB (Central de Atendimento Banco do Brasil) que relatam estarem tendo seu direito de ir ao banheiro regulado pelos gestores. Ainda segundo as reclamações, quem utiliza a pausa toalete com maior frequência está recebendo anotações negativas na Gestão de Desempenho Pessoal. "Nós reportamos essas queixas ao banco, que disse desconhecer, mas se comprometeu a apurar e a dar resposta."
Os dirigentes entregaram três ofícios: um requisitando a devolução da contribuição patronal no plano Previ Futuro ao funcionário que se desligou; outro cobrando reunião para discutir o déficit da Cassi; e um terceiro requisitando a revisão do resultado do inquérito administrativo contra a funcionária e dirigente sindical Juliana Publio. Ela levou 20 dias de suspensão após a conclusão de um inquérito administrativo em que o Banco do Brasil questiona a sua atuação como delegada sindical na luta contra a reestruturação da Gecex (Gerência de Comércio Exterior). "Não concordamos com isso e queremos que o banco retire a punição", afirma Claudio Luis.
O banco apresentou ainda um piloto de escritório de negócios com atendimento remoto para clientes Pessoa Física do segmento estilo e personalizado e com horário ampliado das 7h à meia-noite. O piloto será implementado em Joinville (SC) no dia 6 de abril.
Sobre as horas-extras para quem optou pela função gratificada de seis horas no novo plano de funções, o banco anunciou que o acordo acabou e não haverá prorrogação.
Também foi apresentado o Programa Trainee BB para recrutar funcionários com até cinco anos de carreira e que, ao final do processo de seleção e após um ano de estágio serão nomeados para o cargo de Assessor em UE " Unidade Estratégica.
Fonte: Seeb SP
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