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30/01/2014

Bancários comprovam eficácia de reivindicações da categoria para segurança

Conquista da Campanha Nacional 2012, o projeto-piloto de segurança bancária, atualmente em desenvolvimento em municíp­ios de Pernambuco, já demonstrou a eficácia das propostas da categoria para coibir assaltos e as famosas saidinhas de bancos.

Conforme levantamento dos Comandos das Polícias Civil e Militar de Pernambuco, a ação de marginais contra bancos, clientes e usuários vem decaindo desde que foram instalados vários equipamentos de segurança em 261 agências de Recife, Olinda e Jaboatão de Guararapes.

O crime conhecido como "saidinha de banco" sofreu retração de 64,4% em Jaboatão de Guararapes (de 73 ocorrências em 2012 para 26 em 2013). No Recife, a diminuição foi de 52,9% (314 para 148) e, em Olinda, 29,2% (de 65 para 46).

No que diz respeito aos assaltos, a queda foi de 17,2%, diminuição de 29 para 24 ocorrências em todo o Estado.

O acordo sobre o projeto-piloto foi assinado por representantes dos bancários e dos bancos em 14 de maio de 2013, com prazo de 90 dias para implementação - 14 de agosto - e vigência de um ano. Nele está estabelecida a instalação de portas com detectores de metais, câmeras nas áreas internas e externas, biombos entre a bateria de caixas e as filas, cofre com dispositivo de retardo e guarda-volumes, além de vigilantes armados e trajando coletes à prova de balas.

"Em poucos meses, o projeto-piloto de Pernambuco já está mudando uma situação de violência, com a qual os bancos nunca se preocuparam, apesar das seguidas pressões da categoria para que fossem realizados mais investimentos em segurança", afirma Valdir Machado, representante da FETEC-CUT/SP no Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

De acordo com estudo do Dieese, com base nos balanços publicados do primeiro semestre de 2013, os seis maiores bancos que atuam no país lucraram no perí­odo R$ 29,6 bilhões, enquanto suas despesas com segurança e vigilância somaram R$ 1,6 bilhão. Ou seja, apenas 5,4% dos seus lucros.

Além de não investirem, as instituições financeiras ainda descumprem a lei 7.102/83, de segurança privada. Em 2013, a Polícia Federal multou 28 bancos em R$ 24 milhões, devido a falhas na segurança em agências e postos de atendimento. Conforme levantamento do Dieese, o montante representa um crescimento de 583,24% em relação a 2012.

"Os bancos fazem de tudo para limitar seus gastos, preferindo até mesmo serem multados a investir em segurança. Isso porque a lei 7.102/83 é branda e limitada. Motivo pelo qual, pleiteamos há tempos aprimoramento da legislação", relata Machado.

Conforme o dirigente, a lei 7.102/83 dá aos bancos a opção de escolha entre a instalação de portas de segurança com detector de metais ou três outros equipamentos. "Mas, isso não basta para prevenir assaltos e sequestros e garantir mais segurança nos locais de trabalho. Por isso reivindicamos a obrigatoriedade de portas de segurança com detector de metais, a instalação de divisórias entre os caixas, vidros blindados e ampliação do número de vigilantes, dentre outros mecanismos", exemplifica Machado.

As portas giratórias são comprovadamente um limitador de assaltos a bancos. E, mesmo assim, há algum tempo, Banco do Brasil e Itaú Unibanco seguiram na contramão, retirando o dispositivo. Foi necessária muita mobilização para que ambos voltassem atrás. No caso do Itaú foi preciso um acordo de ajustamento de conduta, formulado a partir de ação do Ministério Público do Trabalho, para que as portas fossem reinstaladas.

Na última semana, a Caixa Econômica Federal tentou, pela primeira vez, inaugurar uma agência na Zona Leste da capital paulista desprovida da porta de segurança. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região atuou e impediu a abertura. "O banco, que se declara parâmetro de segurança, agora se leva pela sanha de abrir novas unidades a qualquer custo, sem estrutura, sem pessoal e sem mecanismos que assegurem a integridade das pessoas. Isso é pura negligência", critica Dionísio Siqueira, diretor de Bancos Federais da FETEC-CUT/SP, ao avisar que as ações sindicais irão prosseguir para assegurar condições adequadas de trabalho e de segurança para bancários, clientes, usuários e vigilantes".

 

Fonte: FETEC-CUT/SP / Foto: Seeb/PE

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