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01/06/2016

Setor bancário fecha 4.553 postos de trabalho de janeiro a abril de 2016

De acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta segunda-feira (30) pela Contraf-CUT, nos quatro primeiros meses de 2016, foram fechados 4.553 postos de emprego bancário em todo o país. No Estado de São Paulo foram fechados o maior número de postos, seguido do Rio de Janeiro. Os números foram coletados da Análise do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego.

 

A análise por setor de atividade econômica demonstra que os "Bancos múltiplos, com carteira comercial", CNAE, que engloba grandes instituições como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, juntamente com a Caixa Econômica Federal, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo.

Segundo o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, os bancos fazem parte do setor da economia que mais tem lucrado no Brasil, e segue demitindo a toque de caixa. "Mesmo com lucros estrondosos, o sistema financeiro continua com a onda de demissões. Estão se reestruturando de olhos voltados para um consumidor de serviços bancários de perfil mais virtualizado. A utilização de agências, autoatendimento e call center para transações bancárias vem perdendo para a internet e o celular, e o emprego paga o pato. Os bancos fogem quando o assunto é responsabilidade social".

Maiores cortes

Dez estados apresentaram saldos negativos de emprego. Os maiores cortes ocorreram em São Paulo, com 2.508 cortes (55,1% do total) e Rio de Janeiro, com 862 cortes (19%). O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 85 novos postos de trabalho bancário, seguido da Paraí­ba, com 27 postos gerados.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC fecharam 3.254 postos de trabalho. E a Caixa Econômica fechou, sozinha, 1.318 postos.

Motivo do Desligamento

Do total dos desligamentos, 58% foram por demissão sem justa causa e, portanto, por iniciativa dos próprios bancos, num total de 7.016 demissões. Por outro lado, apenas 31% partiu do próprio trabalhador bancário, com 3.694 pedidos de demissão.

Desigualdade entre Homens e Mulheres

As 3.685 mulheres admitidas nos bancos nos quatro primeiros meses de 2016 receberam, em média, R$ 3.077,51. Esse valor corresponde a 74,7% da remuneração média auferida pelos homens contratados no mesmo perí­odo (de R$ 4.118,28).

A diferença de remuneração entre homens e mulheres é pior na demissão. As mulheres que tiveram o vín­culo de emprego rompido nos bancos entre janeiro e abril de 2016 recebiam R$ 5.562,35, que representa 72,2% da remuneração média dos homens que foram desligados dos bancos.

Faixa Etária

Os bancários admitidos concentraram-se nas faixas até 24 anos, com saldo positivo de 1.751 postos abertos. Por sua vez, nas faixas dos 25 anos para cima o saldo foi negativo em 6.304 postos de trabalho.

Confira aqui tabelas e gráficos da pesquisa.

Fonte: Contraf-CUT e Dieese

 

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