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10/06/2015

Lucro e demissão nos bancos dão a tônica no primeiro trimestre de 2015

A equação - aumento dos lucros e cortes de postos de trabalho " mais uma vez está de volta no balanço dos bancos do primeiro trimestre de 2015.  

Os três maiores bancos privados " Bradesco, Itaú e Santander; mais o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal faturaram juntos R$ 16,28 bi. Em igual perí­odo de 2014, o resultado foi de R$ 13,37 bi. Em contrapartida, registraram no primeiro trimestre deste ano uma redução de mais de 5 mil vagas em comparação ao primeiro trimestre de 2014.

Até mesmo na Caixa Econômica Federal, onde houve a criação de 997 novos empregos, neste perí­odo foi registrado saldo negativo de 1.188 postos de trabalho devido ao Programa de Apoio à Aposentadoria implantado no início do ano. A instituição, que divulgou o seu balanço na última semana, obteve lucro lí­quido de R$ 1,5 bilhão, com crescimento de 2,5% em relação ao mesmo perí­odo de 2014.  

O Banco do Brasil, por sua vez, obteve lucro de R$ 3,025 bi, uma variação de 24,2% em relação ao primeiro trimestre de 2014. Se for levada em conta a parceria entre a BB Elo Cartões e a Cielo na criação de uma nova empresa chamada Cateno Gestão de Contas de Pagamento, voltada para o ramo de meios eletrônicos de pagamento, o resultado então é recorde para o perí­odo: R$ 5,818 bilhões, o que corresponde a crescimento de 117,3% em relação ao mesmo perí­odo de 2014. Em 12 meses, o BB extinguiu 560 postos de trabalho.  

No perí­odo, o Bradesco lucrou R$ 4,274 bilhões, uma variação de 23,1% em relação ao primeiro trimestre de 2014. Já o número de funcionários apresentou queda de 4.569 em relação aos três primeiros meses de 2014.  

O Itaú, por sua vez, registrou lucro lí­quido recorrente de R$ 5,808 bilhões, 28,2% maior em relação ao mesmo perí­odo do ano passado. Paralelamente eliminou 2.248 vagas.  

Já o Santander lucrou R$ 1,633 bilhão, um crescimento de 7,3% em relação ao mesmo perí­odo do ano passado. E, embora o banco tenha ampliado o seu quadro de funcionários em 1.259 novos postos em relação ao primeiro trimestre de 2014, as condições de trabalho pioraram frente ao crescimento significativo da carteira de clientes: 1,3 milhão a mais em 12 meses. Hoje, cada funcionário é responsável por 629 clientes. No mesmo perí­odo do ano passado a proporção era de 618 clientes por empregado.  

"A ganância continua a impulsionar a atividade dos bancos no Brasil. Mesmo com os seguidos recordes nos lucros, as instituições financeiras não se intimidam em extinguir empregos.Para o bancário fica o excesso de atribuições, as pressões e as metas abusivas, causando o adoecimento da categoria ", denuncia Luiz César de Freitas, o Alemão, presidente da FETEC-CUT/SP.  

De 2013 a 2014, os ganhos com as tarifas saltaram de R$ 97,1 bi para R$ 107,5 bi, uma variação de 10,8%. O número representa 128% dos gastos dos bancos com suas respectivas folhas de pagamentos.  

Conforme análise da Subseção DIEESE " Rede Bancários sobre as demonstrações financeiras das instituições, no último ano, dentre os bancos privados, as despesas com pessoal cresceram menos do que os salários da categoria. "É a prática da rotatividade, por meio da qual, os bancos demitem funcionários com vencimentos maiores para colocar em seus lugares trabalhadores com salários menores", complementa o presidente da FETEC-CUT/SP.

Fonte: FETEC-CUT/SP

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