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27/03/2014

Mà­dia deturpa imagem da mulher

O Instituto Patrícia Galvão realizou pesquisa em 100 municíp­ios e comprovou que 65% dos entrevistados avaliam que o modelo de beleza dos anúncios televisivos está bem distante da realidade das ruas, e 60% não se identificam com o estereótipo apresentado, o que gera frustração.

 

"Apesar de sermos quase 50% de mulheres e 50% de negros em nosso país, a televisão brasileira, por meio da publicidade, das telenovelas, retrata um Brasil de brancos, quase todos com feição europeia e estereótipos femininos que não condizem com o que vemos nas ruas das nossas cidades. Somos mulheres de todos os tamanhos e raças, ruivas, negras, descendentes de orientais, árabes, libaneses, somos judias, nordestinas, ín­dias, porém não nos sentimos representadas", destaca Adriana Magalhães, bancária e secretária de Comunicação da Central ún­ica dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP).

As mulheres detêm, em 85%, as decisões de consumo, definem o que será comprado nas suas casas, desde a comida a fralda do bebê, mas mesmo assim são vistas pelos homens como "abundantes", enquanto musas ou promessas implícitas de conquistas associadas a produtos de consumo masculino, além de serem ausentes nos espaços ditos "sérios", como exemplo, nos telejornais, onde segundo dados da Unesco, aparecem em apenas 18% das informações, e na maioria das vezes como vítimas e quase nunca como especialistas.

Alguns comerciais foram retirados do ar por serem preconceituosos ou tratar a mulher como objeto sexual. Recentemente, podemos citar um vídeo da loja de departamentos Riachuelo, que colocava uma negra servindo uma branca, além da propaganda da cerveja Devassa Negra por meio de um desenho de uma negra em pose sensual. Mesmo com a propaganda fora de circulação, o Ministério da Justiça abriu processo administrativo após ação do Procon do Espà­rito Santo em outubro de 2013 para investigar a Kirin, dona da marca Devassa.

"Está crescendo a presença das mulheres no mercado de trabalho e na política, mesmo assim, a imagem que perdura é explorada e tratada de forma pejorativa pelos veículos de comunicação. Estes aspectos, agregado com a banalização, exploração da violência e a ridicularização, é parecido com o tratamento dado a grupos e movimentos sociais. A mídia, e particularmente as que são concessão pública, como rádio e TV, ao invés de servir ao interesse público, perfila-se do lado do interesse de seus anunciantes comerciais, e de seus "donos", concentrados em poucas famíl­ias de interesse claramente definido", afirma Adriana Rozzante, diretora de imprensa do Seeb Taubaté.

Outro exemplo foi a retirada das camisetas Adidas, do mercado nos Estados Unidos, por ter conotação sexual com o tema da Copa do Mundo fazendo referência com as mulheres brasileiras. Em 25 de fevereiro, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República repudiou a "vinculação da imagem do país a conteúdo de apelo sexual", que utilizava, inclusive, as cores da bandeira brasileira. A ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou que a atitude da marca foi inadmissível. No dia 27 foi a vez de a Procuradoria da Mulher no Senado Federal repudiar a propaganda da empresa.

"A mídia vulgariza tanto a imagem da mulher brasileira, que o mundo conhece o país pelo turismo sexual e até as grandes marcas querem se aproveitar disso. Esse tipo de produto deve realmente ser banido de circulação. Exigimos respeito à mulher e sua imagem", alerta Elienei Soares Ribeiro, secretária geral do Seeb Presidente Prudente.

É preciso junto a todos os segmentos definir regras claras e consensuais e criar órgãos e mecanismos de controle da implementação efetiva destes acordos, com a representação da sociedade civil, em sua pluralidade, e com poder de recomendar sanções.

Para mudar esse quadro, a CUT e diversos movimentos sociais lutam pela aprovação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática.

"Queremos a criação do Conselho Nacional de Políticas de Comunicação. O PL é um conjunto de propostas que reivindica um novo marco regulatório para que a sociedade garanta, entre outras coisas, diversidade nos meios de comunicação", explica Adriana.

Para denunciar qualquer tipo de propaganda enganosa ou abusiva, o cidadão deve enviar suas reclamações para o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar).

FETEC-CUT/SP com Seeb SP

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